Marcus Vinicius Leite

PORTFOLIO

Bio

O Marcus é 17 de maio de 1983 — o que é uma informação absolutamente inútil, mas que os astrólogos insistem em usar como desculpa pra explicar nossas bobagens. Veio ao mundo com um leve desvio de propósito e um agudo senso de ironia — daqueles que não curam, mas aliviam.

Fez análise, texto, jornalismo, estudou Freud, leu Lacan e acabou virando psicanalista. Não por vocação — mas porque entendeu que cobrar pra ouvir maluquice é mais produtivo do que dar opinião de graça em grupo de WhatsApp. Além disso, escreve. E muito. Mas, felizmente, com vírgulas no lugar certo e ideias no lugar incômodo.

Publicou quatro livros que ninguém leu por obrigação — o que já o diferencia de muito best-seller por aí:

Pensatas Curtas para Inteligências Longas (2007) — que é o equivalente literário de uma piscadinha inteligente.
Minutos de Estupidez em Doses Homeopáticas (2011) — indicado para quem sofre de excesso de seriedade.
T(humor) de Síntese (2020) — uma coletânea de lampejos, surtos e entrelinhas.
Ironia é um Estado de Espírito de Porco (2024) — um livro de microcontos que Freud não explicaria, mas daria risada.

O próximo já está no forno: Freud Explica – Eu Só Conto. São 120 crônicas onde o inconsciente tropeça no cotidiano, e ninguém sabe se vai chorar ou rir — então ri, mesmo assim.

Nos intervalos entre o divã e o devaneio, Marcus também grava um podcast com mais de 100 episódios —o Pensatas Curtas - disponível no Spotify, porque hoje em dia, se você fala sozinho com estilo, vira conteúdo. E se grava, vira autoridade. E se tem vinheta, então é quase terapeuta certificado pelas plataformas de streaming.

Marcus não tem curso online, não posta frase de efeito com pôr do sol e nunca foi flagrado vendendo “acesso à sua melhor versão”. Mas escreve. E escuta. E transforma angústia em aforismo, silêncio em pontuação e tédio em provocação.

Ah, e quando ninguém mais aguenta, ele saca o trombone ou a gaita. Não pra fazer serenata — mas pra lembrar que o ar precisa circular por algum lugar, mesmo quando as ideias travam.

Ter Marcus como amigo é como ganhar um mapa da própria alma rabiscado com piadas nas bordas. Ele não oferece atalhos — mas também não abandona ninguém no labirinto.

É aquele tipo raro que ouve de verdade. Não pra responder. Mas pra acompanhar o outro até o fim da frase — e às vezes até o fim do mundo, se for necessário. Escuta com o ouvido clínico de um psicanalista, o coração afiado de um cronista e o tempo generoso de quem sabe que amizade também é resistência.

Marcus é o amigo que aparece com uma pergunta no lugar de um conselho, com uma piada no meio do drama e com um silêncio confortável no fim do dia. Nunca invade, mas também nunca some. Ele se oferece inteiro — com suas observações sarcásticas, sua gaita melancólica e sua lucidez afetuosa.

Não força intimidade, mas constrói confiança com o cuidado de quem sabe que amizade não é contrato, é pacto. E o cumpre com leveza, lealdade e um certo deboche necessário pra não deixar a vida pesar demais.

Ser amigo do Marcus é saber que, mesmo nas piores crises, vai ter alguém que não foge da dor, mas que também não perde a chance de fazer graça dela. Porque pra ele, rir junto é tão terapêutico quanto chorar — e tão verdadeiro quanto qualquer análise bem-feita.

Guillermo Galdos

Latin America Correspondent for Channel 4 News based in Lima, Peru.